Adotar um filhote é uma experiência cheia de alegrias, mas também exige muita responsabilidade, especialmente quando se trata da alimentação do novo membro da família. A dieta correta nos primeiros meses de vida é crucial para o crescimento saudável e o desenvolvimento emocional do filhote. Uma alimentação balanceada é um fator determinante para a saúde a longo prazo, evitando problemas como obesidade, dificuldades digestivas e outros distúrbios que podem afetar seu bem-estar. Se você acabou de adotar um filhote de cachorro ou gato, entender como alimentar corretamente é essencial para garantir que ele cresça forte e saudável.
Nos primeiros dias de vida, a alimentação dos filhotes é simples, mas extremamente importante. O leite materno ou uma fórmula láctea específica para filhotes deve ser a única fonte de alimento até a quarta semana de vida. O sistema digestivo dos filhotes ainda não está desenvolvido o suficiente para processar alimentos sólidos, por isso é vital manter essa dieta exclusiva para evitar complicações. Durante esse período, o filhote começa a construir a força necessária para, eventualmente, passar para outros tipos de alimentos. Qualquer tentativa de introdução precoce de alimentos sólidos pode resultar em diarreias e desconforto abdominal, prejudicando o desenvolvimento do seu pequeno amigo.
A partir da quarta semana, começa o processo de desmame, onde os filhotes são introduzidos a alimentos sólidos de forma gradual. Nesse momento, alimentos pastosos, como papinhas ou ração específica para filhotes umedecida, devem ser oferecidos. A veterinária Fernanda Machado Regazzi recomenda que a transição seja feita com calma, substituindo gradualmente as mamadas por alimentos mais sólidos, de modo que o filhote possa se acostumar com o novo tipo de dieta. O importante é observar a aceitação e o ritmo de adaptação de cada filhote, pois esse processo pode variar de acordo com a espécie e a individualidade do animal.
Entre a quinta e a sexta semana de vida, filhotes de cães e gatos já têm dentes decíduos, que são essenciais para mastigar alimentos sólidos. Nesse ponto, a ração seca pode ser oferecida, mas ela deve ser umedecida inicialmente, para garantir que o filhote consiga comer com facilidade. A veterinária reforça que a introdução de alimentos deve sempre respeitar o desenvolvimento de cada filhote, garantindo que ele receba a nutrição necessária sem causar desconforto. Essa fase de transição é um dos momentos mais críticos no desenvolvimento do filhote, sendo essencial a supervisão constante durante a alimentação.
Em relação à frequência das refeições, filhotes têm necessidades nutricionais especiais e exigem uma alimentação mais frequente. Nos primeiros dias, a alimentação deve ser oferecida a cada 2 ou 3 horas, já que os filhotes têm estômagos pequenos e precisam de energia constante para o seu crescimento acelerado. Entre 1 e 3 meses, o número de refeições pode ser reduzido para 5 a 6 vezes por dia, enquanto filhotes de 3 a 6 meses podem ser alimentados de 3 a 4 vezes ao dia. Filhotes mais velhos, a partir de 6 meses, podem ser alimentados 2 vezes por dia, com os gatos precisando de mais refeições, cerca de 4 a 5 vezes. Essa rotina alimentar ajuda no bom desenvolvimento físico e evita problemas relacionados ao apetite ou digestão.
A escolha dos alimentos para filhotes também deve ser feita com atenção. Rações super premium, formuladas especialmente para cães e gatos em fase de crescimento, são ideais, pois oferecem a combinação certa de proteínas, gorduras e nutrientes essenciais. Proteínas de alta qualidade, cálcio e fósforo para o fortalecimento dos ossos e ômega-3 para o desenvolvimento cerebral são componentes fundamentais na alimentação de filhotes. Além disso, é importante lembrar que os filhotes não devem consumir alimentos humanos ou temperados, pois isso pode causar problemas gastrointestinais e até intoxicações.
Em relação aos petiscos, a veterinária recomenda que eles sejam oferecidos com moderação, pois não devem ultrapassar 10% da quantidade diária de alimentação do filhote. Petiscos feitos especialmente para filhotes podem ser oferecidos após os 2 meses de idade, mas sempre com moderação. Oferecer frutas e legumes também é uma boa opção, desde que sejam adequados para cães e gatos e não causem reações adversas. Esses petiscos saudáveis ajudam a diversificar a dieta do filhote e também a manter a interação com o tutor durante o processo de aprendizado e crescimento.
Porém, é crucial observar alguns sinais de alerta durante a alimentação do filhote. Diarreia, vômitos e desconforto abdominal são indicadores de que algo pode não estar certo. Esses sintomas podem ser causados por intolerâncias alimentares, alimentação inadequada ou até mesmo infecções, sendo essencial buscar ajuda veterinária caso qualquer um desses sintomas apareça. Além disso, a consistência das fezes é um bom indicativo de como o sistema digestivo do filhote está reagindo à nova dieta. Fezes firmes geralmente indicam que a adaptação está ocorrendo de forma saudável, enquanto fezes moles ou líquidas podem indicar problemas que precisam ser investigados.
Por fim, o acompanhamento veterinário contínuo é fundamental para garantir que o filhote esteja se desenvolvendo adequadamente. O controle do ganho de peso deve ser feito de forma rigorosa, já que filhotes saudáveis devem dobrar de peso nos primeiros dias de vida. A obesidade é um problema crescente em animais de estimação e pode ter efeitos negativos a longo prazo na saúde do filhote. Além disso, o acompanhamento do veterinário ajuda a identificar se o filhote está atingindo os marcos de crescimento de acordo com a sua raça, porte e sexo, proporcionando um desenvolvimento físico e emocional saudável.
Com essas orientações, é possível garantir que o filhote tenha uma alimentação balanceada e adequada para um crescimento saudável e feliz. Manter uma rotina alimentar cuidadosa e monitorada é a base para garantir que o filhote cresça forte, saudável e bem adaptado ao novo ambiente, criando um laço de confiança e amor entre ele e o tutor.
Autor: Stybil Ouldan